terça-feira, 28 de maio de 2013

pequena reflexão 29 de maio


   Em termos de relação humana, prefiro até uma pessoa que acredita em deus – descontados, obviamente, os fanatismos -do que uma que finge não acreditar mas se comporta como quem acredita. Aí é dose! Esse tipo de gente nos confunde, não sabemos como agir, como falar sem que sejam maculadas suas convicções. Certas formas de farsa me irritam. Ou se acredita ou não, ou se tem fé ou não; pior é justificar fé por meio racional.Depois agir irracionalmente. Então que fique só mesmo no discurso de pensamento.Pascal tentou isso com brilho e não conseguiu, a meu ver; produziu, com isso, bela literatura filosófica.Mas, afinal, era Pascal, um pensador genial que, mesmo sendo seus Pensamentos livro meu de cabeceira por um tempo, não conseguiu me convencer da existência de deus.Mas foi coerente com o que disse ou fez em sua vida. E certa coerência é sempre admirável; não gosto dos que ficam pela metade, não chegam até o fim, ficam sempre no estágio morno, inclusive nas posições filosóficas ou éticas.

      Quem já matou deus dentro de si, pode se resignar, não adianta, nunca mais terá paz consoladora, viverá sempre entre o absurdo e o nada, será sempre um trágico; não mais fará  as pazes com a projeção de si dentro da imagem de um deus que forjaram para sua consciência.Terá só a si próprio e as encruzilhadas em que se criou.De "espaços infinitos e silêncios eternos" nas belas palavras de Pascal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário