segunda-feira, 18 de maio de 2015

Saudades das velhas cartas....

Como se fala hoje em "trans-humanidade" comunicativa, ou seja, relações humanas intermediadas pelas recentes tecnologias de comunicação, e como isso possibilita fácil acesso e estranho distanciamento entre as pessoas, ao mesmo tempo, vou acabar por concluir que a velha carta, processo primitivo e "analógico" por excelência, saudosismo pré-histórico de nosso passado epistolar, escrita à mão, vai se transformar em algo revolucionário-tardio.Mas quem escreve cartas à mão, hoje em dia?Está todo mundo ficando desabituado de exercer a própria expressão pela caligrafia.Correio serve mesmo para comércio.Até eu, que vivo mergulhado no universo gráfico, já me sinto um tanto enferrujado pelo excessivo uso do teclado.Mas minha caligrafia continua legível, é o que dizem.Que fazer: sinto saudades das tantas cartas que escrevia, principalmente as de amor.Me davam sensação de estar enviando alguma bomba pelo correio.Talvez agora não passassem de "biribas" de festa junina.É a era do explosivo plástico.Pelo visto, tendo a minha realidade pessoal como parâmetro, minha bic só vai continuar sendo usada mesmo no desenho...Não vou morrer por causa disso; simplesmente vou morrer mesmo, mais hora , menos hora.Pelo menos a carta tradicional não podia ser interceptada nas nuvens de informação eletrônica, a inteligência americana não podia saber de meus afetos ou desafetos.Precisava de outro tipo de censura, além das outras que estão enraizadas em nossas mentes.E olha que nem abordei o caso do cartão postal, ah,ah,ah!Cartão postal?!!!

sábado, 9 de maio de 2015

lágrimas que se perdem

Lágrimas desperdiçadas
Então, uma moça que conheço ao acaso na noite, desfia lá suas mágoas amorosas, os desatinos de seu coração em descompasso com o satânico relógio maquinal do mundo.A certa altura, contudo, brilham seus olhos de topázio imaginário, ao confiar-me o segredo de muitos homens que prantearam ao seus pés, repelidos por seus caprichos de mulher, lágrimas escandidas de desamor profundo.Pergunto-lhe: o que fez delas , não as recolheu?Ah, que pena, pois poderia, talvez, com elas dar vida aos mais áridos desertos desse mundo de desilusão e sonho desvalido.Lágrimas de homens valem mais que todo o ouro escondido nos recônditos do ventre terrestre.Senão, simplesmente evaporam, vão além da atmosfera, e se juntam às estrelas solitárias que nos vigiam pela eternidade.Quem sabe, não passem todas as estrelas de lágrimas nossas que migraram para a escuridão e viraram cristais que iluminam nossas noites de solidão.

sábado, 2 de maio de 2015

pequeno poema para Maria

Cresça em beleza, em simpatia, apenas cresça
A filha do mistério dormente na alma, e eu, calmaria
Tosco bardo, cada vez na chama apenas desça
De meu nome a rimar com o seu, doce Maria.
Que de tudo seja um pouco mais que eu mereça

Perder-me nos cachos de vento que é você, Maria.