quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Ainda sobre o filme de Louis Malle:  incrível a similitude de destinos entre o personagem principal da história e o autor do livro que rendeu o roteiro.Mais um exemplo da arte virando vida, ou a vida imitando a arte.Impressionante que, ao longo de seu exercício de "flanneur" ao longo das ruas parisienses, Alain queira desesperadamente, através de seu olhar, enxergar o que as pessoas são realmente por dentro, o que elas fazem naquela loucura quase sem sentido em que são levadas pelas circunstâncias, sem certeza alguma, sem deliberação alguma da vontade.O amor como um grande fracasso e desentendimento, tanto faz que o fracasso seja físico, moral ou espiritual.O homem sempre numa encruzilhada, possibilidades diversas ante possibilidades de escolha.E se não houver escolha, se não houver vontade de escolha?Daí o vazio, sem sonhos para escorar a realidade, sem desejo, vacuidade de sentido e imprecisão, como a própria morte, única certeza a atormentar um coração que já se perdeu de si.
    Realmente, esse filme mexeu comigo.Na segunda visão, contudo, me fez despencar num abismo.Ainda que eu veja um pouco mais de luz do que as trevas que envolveram a existência de Alain.

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