Quem sabe , envelhecendo, a gente aprenda a amar?Bem, podemos amar muitas coisas: atividades, sonhos, pessoas,etc.Podemos inclusive amar o amor, ou mesmo a falta de amor.Não sabemos nada sobre o amor, apenas sobre os discursos a respeito do amor; os quais não são o amor em si, mas uma abstração mental transformada em código simbólico, sem máquina decifradora . Quem sabe, sem os mecanismo desejantes agressivos -afinal, somos máquinas desejantes - sempre vinculados à posse , a gente possa entender(não no sentido racional, mas no de "compreender") o que se chama de disponibilidade amorosa livre.O amor visto como uma elevação além do plano dos sentidos, rumo à visibilidade maior da ideia do amor.Esse tipo de amor está além da materialidade carnal, seria algo mais platônico, algo, definitivamente não muito dentro da moda.Risível para muitos temperamentos e mentes.Quem sabe, em contraposição ao fenecimento dos instintos vitais, às tiranias hormonais e suas consequências(inclusive a agressividade inexplicável), podemos ter o desprendimento de ver o nosso ego dissolvido em outra coisa ou ente. Um "nirvana" além do oceânico orgástico-sexual.Sinto isso mais próximo do estético do que do dinamismo cotidiano da luta pela vida e pela matéria.Seria mais fácil ,para mim, se acreditasse em vida após a morte.Mas não me arrisco nessas searas especulativas metafísicas.Para mim, metafísica seria algo mais próximo do estético.Ou seja: além da busca de um poli-amor, quem sabe a busca de um meta-amor.Mas isto tudo é só ideologia.E acho que a solidão colabora em muito para essa forma de pensar.Ainda que a humanidade não passe de um cosmogônico emaranhado de solidões.
Talvez tudo não passe de um aprendizado.A vida é curta, de acordo com as expectativas de eternidade que sempre nos cercam.Tudo gira em torno de amor e morte, onde o primeiro pode assumir formas transubstanciadas, já que pela cultura, superestrutura da civilização, aguentamos viver uns com os outros, mesmo que aos trancos e barrancos.E, aos trancos e barrancos, vamos fingindo ter controle sobre as coisas, quando as coisas nos controlam, quando aquilo que indefinivelmente chamamos de sentimentos vão tocando nossas ações concretas, onde o cavaleiro que dirige o cavalo não tem em suas pernas, e sim nas patas daquele cavalo a força motriz de sua existência.
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