quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ser ou não doente?

Assim é dominada nossa cabeça pela ideologia imposta pela
sociedade.Todo mundo acaba sendo considerado doente; e a sociedade,
através de suas gendarmarias, a polícia , a ciência ou o senso comum,
diz ser a única a ter a solução.Remédio ou repressão, duas faces da
mesma moeda que, no final das contas, nunca jogamos para o alto.Ainda
que, para se viver, se precise de muita sorte.Aparentemente , ter
problemas existenciais virou caso  para tratamento médico.Daí a se
perguntar qual o sentido de haver arte ou filosofia num mundo tão bem
regido pela bioquímica e pelas diversões controladas? É : Marcuse,
Foucault, Huxley e outros continuam atuais e os marxistas, assim como
seus antípodas, tiveram que cair na real...Ainda que a tendência
normal seja ignorar a realidade.
     Comecei a pensar em suicídio lá pelos dezesseis.Mas era uma visão
romantizada, algo meio abstrato, como a própria morte para mim,
naquela época.Dizem que adolescentes vivem muitos momentos de
depressão.Ainda adolescente, fiz trabalho escolar sobre a psicologia
do adolescente e vi que ser triste era normal, que tudo se resolveria
com amor e sexo(como romântico, sempre o primeiro no plano
principal...),No fim caí nos estudos, porque nos esportes e nas brigas
não era bom, o que me levou a uma situação de estranhamento em relação
ao meio.Resultado: achar-me doente.Hoje me rio disso tudo,No fundo eu
era um adolescente normal, apenas sem namoradinhas, com mais repressão
sexual, um pouco mais refinado em termos de intelecto e
sensibilidade..Estranho seria sentir algo como o vazio.Tenho saudade
de meus idílicos impulsos suicidas daquela época.Hoje nem me passa
pela cabeça isso,tenho medo de morrer(será que isso também é doença?),
as angústias são outras, ainda que o amor ou desamor sejam problemas
constantes.Mas acho que sou um doente saudável...

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