Sábado, erraticamente vagando vagabundo pelas ruas da cidade ,atravessada por um cortante frio de inverno, sei lá se esse frio vem de fora ou de dentro; escapa mais uma aura de frio que me envolve mais que o gelo de fora.Pensar solitário, ao longo das calçadas burburizadas pelos gritos e desatinos causados pelo álcool, para dentro de mim procurando aquilo que, cá do lado de fora, se torna insuficiente para a necessidade do sentir.Na multidão de abstrações, acabo por mergulhar no oceano desses sonhos impossíveis que surgem nesses passeios em que somos restringidos pelas possibilidades do real, enquanto o irreal se espraia ao longo do caminho, como esse vento frio que parece um pouco alter-ego do lamento que a alma derrama.Porque amanhã só restarão os sonhos possíveis e eu, sombra do sonho que foi feito e desmanchado nesse passeio noturno, serei apenas o prolongamento de um” poderia”, mais do que verbo, substância impalpável do que o humano é.
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