Tudo bem: sou um cara à la antiga, educado dentro de um sistema de valores já ultrapassado.O tempo passa e devora os valores antigos à medida em que envelhecemos.Embora faça pouco do grosso do sistema geral de valores de nossa sociedade e economia, ainda guardo “recidivas” de bons modos e certos comportamentos de antanho,Que fazer se a persistência da memória é sempre cruel?Somos vítimas desse território estrangeiro que é o passado.
Confesso que em minha juventude flertei com valores do antigo e hoje desprezado feminismo.Desprezado porquê?Sabe-se lá... Mas naquela época o contexto político colocava certas reivindicações que hoje não são bem vistas.Também não sei porquê.Continuo achando o ser humano um bicho conservador e violador da entropia, mais ou menos como as formigas.E no geral vejo os homens, aqueles mesmos do sexo masculino, como caçadores e guerreiros frustrados pelas facilidades que a tecnologia estabeleceu.Restam a mentira e a bazófia.Dizem então que a “identidade” masculina está em crise.E que as mulheres passam por mutações psicológicas dentro da nova era.Para mim não passam de ajustes impostos pela grande máquina produtiva de riqueza e exploração que respira no planeta, ainda que quase acabe com o ar do mesmo.
Particularmente vejo os homens , sexo masculino, fadados à extinção.O moderno e quase invulnerável capitalismo descobriu que as mulheres fazem tudo o que os homens fazem, no mesmo nível de competência, reclamando menos e ganhando em média menos.Perfeito!É tudo o que o sistema e a máquina do mundo precisava.E, além de tudo, elas são mais resistentes fisicamente porque a sabedoria da natureza faz a fêmea da espécie ser, em média, menos vulneráveis que os machos.Como não são vítimas de determinismo hormonal que as faria desconcentrar-se para a caça pro criativa, podem concentrar esforços e energia para a gestação de fetos e riqueza( através da força de trabalho).Nada mal, hein?Além do mais, quem precisa de músculos desde a utilização do princípio da roldana e da alavanca?
Sinto dizer, companheiros de sexo, mas somos um “gênero” ultrapassado e inútil para o funcionamento da máquina do mundo.Em breve, no admirável mundo novo que está sendo forjado, procriação sem necessidade masculina.
Contudo, enquanto o apocalipse da produção não vem, ainda esperaria que algo do passado sobrevivesse.
Meu avô me dizia que as mulheres são todas umas loucas, no que ele tinha razão.Só não me avisara que o resto do mundo também era.Imaginava que a “loucura” , a “fragilidade”(?) feminina era fruto de congestionamento hormonal.E, na época , nem os mistérios da TPM tinham sido desvendados...Dizia ele: um ser que sangra normalmente todo mês e não morre depois de muitos anos, imagine se fosse para a guerra!Invulnerável!
Depois de algum tempo a gente desiste de vez de entender a cabeça das mulheres.Um pouco mais de reflexão e a gente desiste do ser humano em geral.
Consigo entender sem problemas a estúpida e natural agressividade masculina, muito mais que as eternas “duplas mensagens” dos valores femininos.E depois dizem que foram gregos homens que inventaram a dialética...
Mas nessa barafunda toda, como homem, tento imaginar o que se passa na cabeça da “mulherada”(por favor: sem nada depreciativo!).As “super-marias”, trabalhando como o demônio e ainda se preocupando com a estética de objeto sexual imposta pelos quadrantes do consumo.Não deve se fácil.Sem contar os filhos, em geral ficando nas mãos delas porque o casamento virou instituição com decurso de prazo cada vez mais exíguo.E o que restou da vocação caçadora masculina se restringiu a bares, por exemplo.Haja calmante e cartão de crédito!O capitalismo agradece.O antigo feminismo que pregava o fim dos valores masculinos opressivos passou por uma reengenharia daquelas: nada de subverter o sistema.O negócio é igualdade na produção.O coquetismo foi substituído de vez, não pelo ideário revolucionário, mas pela ótica e a ética do trabalho bem feito.A mulher é a mais perfeita guardiã da mediocridade, naquilo que o termo significa de adaptação aos valores médios dominantes.Oprimir em larga escala ainda é com os homens.Mas elas chegam lá.Não é à toa que conhecidos meus , de faixa etária parecida, não sabem mais como se comportar.É fato: as mulheres são espécie mutante.O que fazer? Não espere algum Lênin trazer a resposta.Onde se enquadram os valores masculinos tradicionais, onde não há a necessidade de caçar animais ou fazer guerra?No futebol, nos “lupanares” fantasiosos da pornografia agressiva, no crime sem sentido?Chega um ponto em que se tem mais vontade de matar um semelhante(em geral , homem) do que fazer sexo com uma mulher.Aviso: o negócio é não deixar elas falarem muito do trabalho, senão o assunto não acaba.E pior: ao contrário dos homens elas vão mentir pouco sobre o tema.A mentira feminina só tem valor se for alicerçada pela sutileza.Como disse: salvo as exceções, os homens são seres primitivos, redundantes e previsíveis.Até sua loucura é mais escancarada.A mulher sempre é um abismo insondável, mesmo quando é simples de mente.Afinal, a bioquímica interna é mais complexa nesse caso.
Volto ao tema: que fazer?Sinto dizer: nada a fazer a não ser esperar pela passagem lenta do tempo rumo à extinção nossa, sexo masculino.Quem sabe agirmos como estruturas museológicas ambulantes, com a ação dentro de certos valores de cavalheirismo formal, algo inconcebível dentro da vulgaridade dominante nas relações entre homens e mulheres atualmente.Seria passadismo doentio?Pode ser.Mas confesso: não sei o que fazer quando, no trânsito, andando devagar(detesto correr de carro) sou acossado por outro atrás de mim.No volante uma furiosa mulher, mais furiosa ainda com a lagarta em que me transformei.Faço pouco caso e, em poucos momentos, lá vem o gesto obsceno por parte dela.Se fosse agir com minha natureza primitiva interior, eu saltaria do carro e a espancaria(talvez até a estuprasse se sentisse algum tipo de atração pervertida).Como não estamos em guerra declarada e sou um civilizado, sigo regras e sou bem educado em meus mecanismos de controle auto-repressivo(até sou daqueles que dá lugar no ônibus),não vou agir dessa maneira desproporcional.Nada a fazer a não ser rir de mim mesmo e da própria infeliz, desesperada para ganhar grana e se endividar um pouco mais, pegar o filho na escola, ir ao médico, comprar remédio, encarar alguma cara azeda de chefe, etc,etc,et.Por isso o mundo continua, independente da frieza e dureza masculinas, futuramente melhor administradas pela evolução natural da espécie, com a conseqüente extinção dessa espécie primitiva que joga futebol e compra revista de mulher pelada.E que ocupa mais de noventa por cento do cérebro pensando em suas futuras algozes.
As feministas tinham razão: o mundo é das mulheres.
Como diria um amigo meu:o “olho que tudo vê “ será substituído pela vagina que tudo suga.Todo o mistério começa e acaba ali mesmo...
Mas sem revolução.Apenas com uma natural evolução.
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