segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

parente sem saber...

O que faz a gente gostar tanto da obra de alguém, um ser distante e inacessível, vivo ou morto, mas tão próximo do que somos, a ponto de quase vê-lo como um parente?Há sempre a obra que nos causa a sensação de beleza.Dizemos: que belo!Há o que nos causa espanto, quem sabe o essencial do belo, e dizemos:nossa, espantoso!Mas há certas coisas, feitas por nossos semelhantes, que nos tocam dimensões tão recônditas da alma ou do coração, que não hesitamos, ao lembrar de seus criadores, de dizer, para longe dos credos, nacionalidades,partidarismos , familismos impostos pelo medo e pela solidão, particularidades de grupo ou gênero, além de todos os conceitos e preconceitos, dizemos apenas: meus irmãos! Quantos irmãos de alma que se foram, nem conhecemos , mas ainda vivem dentro de nós.Os mortos sempre estão conosco, tanto quanto os vivos, os quais, com frequência e insensibilidade, os tratamos como mortos-vivos.

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