Vera Janacopoulos
Vera Janacopoulos, que nasceu em Petrópolis em 1892 e faleceu no Rio de Janeiro em 1955, foi uma das maiores musicistas brasileiras de todos os tempos. Sua carreira concentrou-se no período entre as duas guerras mundiais, durante o qual foi uma das cantoras de câmara de maior destaque no cenário internacional.
Seu repertório se notabilizava por uma grande amplitude histórica, estendendo-se de Machaut a Stravinsky e, por uma rara versatilidade, mestre consumada do “Lied”, era ao mesmo tempo uma intérprete notável, tanto do repertório francês e espanhol, quanto do russo. Poulenc diria que ela era uma intérprete “miraculosa” de Mussorgsky.
Os programas de seus concertos dos anos 20 eram extremamente inovadores, por colocar lado a lado do repertório tradicional, música do período pré-Clássico, música popular de diversas procedências, mas sobretudo por dar um lugar de destaque à música contemporânea. Amiga pessoal de compositores como Stravinsky, Prokofiev, Falla, Villa-Lobos, Milhaud e Poulenc, desempenhou um papel de primeiro plano na divulgação de sua música vocal, sendo responsável por diversas primeiras audições, tendo sido a dedicatária de várias obras.
Sobre a importância de sua atuação, Alejo Carpentier diria: ”Musicista admirável, ... Vera Janacopoulos representou para a música de Prokofiev, H. Villa-Lobos e Manuel de Falla ... o que representaram as cantoras Marya Freund para Schoëmberg e Jane Bathory para Erik Satie e Darius Milhaud.”
Dentre as características mais salientes de seu perfil musical, podem ser destacados:
- o fato de sua formação instrumental haver precedido a vocal, pois estudou, durante anos, violino com George Enesco, que seria o “pai espiritual” de músicos tão diversos como Dinu Lipatti e Yehudi Menuhin, a quem dizia dever seu fraseado e sua maneira de abordar uma obra musical;
- o hábito de “trabalhar” as obras que interpretava com os próprios compositores. Sua autoridade ao interpretar música francesa, provinha do fato de havê-la trabalhado pessoalmente com Fauré, Ravel, Poulenc e Milhaud; a espanhola com Falla e Nin; a russa com Straviinsky e Prokofiev; a brasileira com Villa-Lobos, etc...
- familiaridade com a orquestra, pois são numerosas em seu repertório e fortemente representadas em sua coleção de partituras que se encontra na Uni-Rio, as obras para voz solista com acompanhamento de orquestra, muitas das quais são transcrições encomendadas por ela própria aos compositores, das quais são exemplos o Tilibom de Stravinsky, La rose et le roussignol de Rimsky/Prokofiev, duas árias do Amor Brujo de Falla, Viola de Villa-Lobos e Phydilé de Reynaldo Hahn/Villa-Lobos.
Como cantora com orquestra, foi freqüentemente acompanhada por músicos do calibre de Stravinsky, Falla, Milhaud, Markevitch, Mengelberg, Monteux, Ansermet, Scherchen e Motropoulos.
Apesar de longo período de residência no exterior (a mudança definitiva para o Brasil só ocorreria no final dos anos 30, às vésperas da 2ª Guerra Mundial) e da primeira apresentação pública (1920) ter sido posterior a suas estréias européia e americana, Vera sempre acentuou sua identidade brasileira: a música brasileira foi parte integrante de seu repertório internacional, seja através de melodias populares, harmonizadas por Ernani Braga, seja através de obras de F. Braga, A Nepomuceno, H. Oswald, L. Fernândez, L. Gallet, F. Mignone e, sobretudo, Villa-Lobos, para cuja projeção desempenharia, juntamente com Rubinstein, um papel tão decisivo em Paris, nos anos 20.
Texto de Manoel Correa do Lago, extraído da Revista Brasiliana - no. 7 - janeiro de 2001
Existe um sem número de dedicatórias de compositores famosos, que conviveram com Vera Janacopoulos, demonstrando uma grande admiração pela artista.
”A Vera Janacopoulos, a maior artista que eu conheço e a melhor intérprete de minhas obras”. - Villa-Lobos
"A Madame Vera Janacopoulos-Staal, en souvenir d”une interprétation de mes mélodies Qui m”a causé le plus vif plaisis. Votre dévoué Gabriel Fauré".
"A Vera Janacopoulos, en souvenir de son admirable interprétation du 31/5/1921." - Maurice Ravel
"Souvenir reconnaissant du concert du 23 Novembre, 1924, au Concertgebouwe d”Amsterdam." - Wilhem Mengelberg
"A vous, chère Vera Janacopoulos, més souvenirs très très affectueux." - Igor Stravinsky
"O que poderia demonstrar a vera Janacopoulos minha extraordinária admiração por todos os seus dotes artísticos, senão dedicando estas “Historietas”. - H. Villa-Lobos
"Orquestrée pour Melle Vera Janacopoulos, en considération de sa belle voix et sa charmante interprétation, l"Autheur, NY 1919 " - Sergei Prokofiev a respeito de “La rose et le roussignol”
Citações recolhidas do site www.abmusica.org.br, que constam no no. 2 da revista Brasiliana.
Seu repertório se notabilizava por uma grande amplitude histórica, estendendo-se de Machaut a Stravinsky e, por uma rara versatilidade, mestre consumada do “Lied”, era ao mesmo tempo uma intérprete notável, tanto do repertório francês e espanhol, quanto do russo. Poulenc diria que ela era uma intérprete “miraculosa” de Mussorgsky.
Os programas de seus concertos dos anos 20 eram extremamente inovadores, por colocar lado a lado do repertório tradicional, música do período pré-Clássico, música popular de diversas procedências, mas sobretudo por dar um lugar de destaque à música contemporânea. Amiga pessoal de compositores como Stravinsky, Prokofiev, Falla, Villa-Lobos, Milhaud e Poulenc, desempenhou um papel de primeiro plano na divulgação de sua música vocal, sendo responsável por diversas primeiras audições, tendo sido a dedicatária de várias obras.
Sobre a importância de sua atuação, Alejo Carpentier diria: ”Musicista admirável, ... Vera Janacopoulos representou para a música de Prokofiev, H. Villa-Lobos e Manuel de Falla ... o que representaram as cantoras Marya Freund para Schoëmberg e Jane Bathory para Erik Satie e Darius Milhaud.”
Dentre as características mais salientes de seu perfil musical, podem ser destacados:
- o fato de sua formação instrumental haver precedido a vocal, pois estudou, durante anos, violino com George Enesco, que seria o “pai espiritual” de músicos tão diversos como Dinu Lipatti e Yehudi Menuhin, a quem dizia dever seu fraseado e sua maneira de abordar uma obra musical;
- o hábito de “trabalhar” as obras que interpretava com os próprios compositores. Sua autoridade ao interpretar música francesa, provinha do fato de havê-la trabalhado pessoalmente com Fauré, Ravel, Poulenc e Milhaud; a espanhola com Falla e Nin; a russa com Straviinsky e Prokofiev; a brasileira com Villa-Lobos, etc...
- familiaridade com a orquestra, pois são numerosas em seu repertório e fortemente representadas em sua coleção de partituras que se encontra na Uni-Rio, as obras para voz solista com acompanhamento de orquestra, muitas das quais são transcrições encomendadas por ela própria aos compositores, das quais são exemplos o Tilibom de Stravinsky, La rose et le roussignol de Rimsky/Prokofiev, duas árias do Amor Brujo de Falla, Viola de Villa-Lobos e Phydilé de Reynaldo Hahn/Villa-Lobos.
Como cantora com orquestra, foi freqüentemente acompanhada por músicos do calibre de Stravinsky, Falla, Milhaud, Markevitch, Mengelberg, Monteux, Ansermet, Scherchen e Motropoulos.
Apesar de longo período de residência no exterior (a mudança definitiva para o Brasil só ocorreria no final dos anos 30, às vésperas da 2ª Guerra Mundial) e da primeira apresentação pública (1920) ter sido posterior a suas estréias européia e americana, Vera sempre acentuou sua identidade brasileira: a música brasileira foi parte integrante de seu repertório internacional, seja através de melodias populares, harmonizadas por Ernani Braga, seja através de obras de F. Braga, A Nepomuceno, H. Oswald, L. Fernândez, L. Gallet, F. Mignone e, sobretudo, Villa-Lobos, para cuja projeção desempenharia, juntamente com Rubinstein, um papel tão decisivo em Paris, nos anos 20.
Texto de Manoel Correa do Lago, extraído da Revista Brasiliana - no. 7 - janeiro de 2001
Existe um sem número de dedicatórias de compositores famosos, que conviveram com Vera Janacopoulos, demonstrando uma grande admiração pela artista.
”A Vera Janacopoulos, a maior artista que eu conheço e a melhor intérprete de minhas obras”. - Villa-Lobos
"A Madame Vera Janacopoulos-Staal, en souvenir d”une interprétation de mes mélodies Qui m”a causé le plus vif plaisis. Votre dévoué Gabriel Fauré".
"A Vera Janacopoulos, en souvenir de son admirable interprétation du 31/5/1921." - Maurice Ravel
"Souvenir reconnaissant du concert du 23 Novembre, 1924, au Concertgebouwe d”Amsterdam." - Wilhem Mengelberg
"A vous, chère Vera Janacopoulos, més souvenirs très très affectueux." - Igor Stravinsky
"O que poderia demonstrar a vera Janacopoulos minha extraordinária admiração por todos os seus dotes artísticos, senão dedicando estas “Historietas”. - H. Villa-Lobos
"Orquestrée pour Melle Vera Janacopoulos, en considération de sa belle voix et sa charmante interprétation, l"Autheur, NY 1919 " - Sergei Prokofiev a respeito de “La rose et le roussignol”
Citações recolhidas do site www.abmusica.org.br, que constam no no. 2 da revista Brasiliana.
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