terça-feira, 14 de agosto de 2012

Não adianta , por mais que queiramos: sentimos sozinhos e não coletivamente.O que ocorre é que compartilhamos coisas coletivas, sentimentos vivenciados coletivamente.E nisso nos sentimos fazendo de uma parte maior, de um todo que nos envolve e do qual nos sentimos distantes e carentes.O que dizemos sentir coletivamente, é reflexo interativo do exterior no  nosso interior.Por isso, não passa de presunção alguém nos dizer "eu sei o que você está sentindo".Isso é impossível: o sentimento é experiência única, individualizada, não pode ser expresso em dados ou formas simbólicas matemáticas ou linguísticas de precisão lógica( a linguagem do sentimento sempre é imprecisa) e em sua integridade não pode ser completamente comunicado, o que é uma pena, ao mesmo tempo que um alívio, pois seria perigoso uma massa acéfala  coordenada, em princípios emotivos, por interesses individuais.O coletivo, o viver coletivo, existe para fazer coabitarem, dentro dos limites possíveis, essa infinidade de sentimentos e personalidades, cada uma diferente da outra; ainda que a política e a propaganda lutem contra isso.O grande problema  que se põe é até onde pode sobreviver o individual dentro do coletivo.A humanidade é uma coisa só porque, no fundo, ela só tem sentido se for algo uno e voltado para  a integridade individual(com direitos, deveres e necessidades), sem essas idiotices de patriotismo, moral, costumes e preconceitos, todas essas coisas que nos afastam de nossos destinos de "deuses", essas fantasias criadas pela nossa vontade de potência.Talvez por isso seja a fraternidade sempre um sonho de idealistas, não podendo ser imposta na marra por nacionalismos ou credos religiosos(em sua maior parte, por sinal, pouco fraternais).Não adianta:o que penso que o outro  pensa do que sinto não passa de um sentimento vago de um pensar impreciso sobre o sentimento.Daí que viver parece ser uma luta inglória pela comunicação entre os seres.

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