E há os momentos em que desejamos mandar tudo para o inferno.Ou seja, remetermos tudo para nossa própria vida.A vida pode não ser triste, pode ter apenas momentos de tristeza.E muito dessa nossa tristeza se dá por coisas que não fazemos, por palavras ou ideias que deixamos de emitir.Se sofrer é querer e todo querer não satisfeito é fonte de sofrimento, então temos de montar estratégias de sobrevivência nesse mundo, para conviver melhor ou pelo menos para suportar melhor tudo, as coisas, os eventos, as pessoas.Nossos limites são definidos sempre de fora, aquele fora que se contrapõe às coisas de dentro que não sabemos explicar.E por que explicá-las.No final, os caminhos sempre tortuosos fazem com que evitemos os buracos ou abismos, estes que sempre nos puxam para seu interior inexoravelmente.Se não conseguimos levar tudo a ferro e fogo, como diziam meus avós, pelo menos temos de arranjar uma forma de conciliar nossas vontades e desejos com os limites do exterior, numa equação de felicidade e desejo que nunca se resolve completamente.Daí surgem as concessões.Mas até que ponto estabelecemos limites para elas ou são elas a nos limitarem?
Já tive uma boas oportunidades de ficar numa boa, desde que fizesse umas "concessões" aqui e ali, de acordo com o momento.Isso se deu em vários espaços dessa porcaria da minha vida, em vários âmbitos, profissional, político, etc..Ou talvez eu é que tivesse culpa por transformá-la numa porcaria por certas intransigências.pessoais.Sim, fazemos concessões na vida, senão não poderíamos levá-la adiante.Começa pela própria higiene pessoal(mais fácil sempre que a mental) passando pelo próprio super-ego, para se usar o conceito psicanalítico, que impõe as censuras sem as quais não conseguiríamos conviver em grupo.Sim, fazemos concessões; mas tudo deve ter um limite.Assim como toda concessão tem um preço.Isso vale para tudo, de fato, seja para o individual ou para o coletivo, para o profissional ou para o político.Por desdobramento de acúmulo, elas, concessões, vão aumentando, enquanto alguma coisa dentro da gente vai diminuindo.De repente, não mais que de repente, estamos com mais concessões dentro do que de intenções.Pelo menos as mais sinceras.E, num piscar de olhos, a vida se vai.E viramos "concessionários" de nossas covardias, nossa alma hipotecada por algo ou alguém além de nossa imaginação..E o resto vira idealismo, teoria.Tudo tem um resultado final.O que perdemos de pureza acaba mesmo virando torpeza.Claro, à base das concessões.Com temperança, confesso que minha maior concessão é viver com a humanidade.Pelo menos enquanto essa tolerar essa minha semi-intolerância.E sem concessão alguma dessa mesma humanidade para comigo, porque ela, em si, não existe, é um conceito.Existem as pessoas, o mundo, o acaso, a vida e a morte, essa não vida que nos estranha a nós mesmos.Solução difícil, Útil, por vezes, para dosar um pouco o apodrecimento nosso que, além do corpo, pouco a pouco vai tomando a alma.Na base das concessões.
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