quinta-feira, 12 de maio de 2016
A esquerda saiu do poder?Onde?
Ah, gente, esses anos todos não foram de esquerda no poder.Nem mesmo esquerda social-democrata, aquela já enterrada em governos europeus da Grâ-Bretanha ou Espanha.Foi sempre um governo mais de centro com algumas pinceladas-através de ações, programas sociais, créditos, ações afirmativas, etc- derivadas de reivindicações tradicionais das correntes mais à esquerda, compromissos herdados da gênese do próprio PT. Olha aí o Meirelles de novo!Para mim, esquerda que não propõe alguma forma de mudança estrutural ou de conformação ideológica social- dentro de um sistema capitalista atual como o nosso ou qualquer outro- dentro do período histórico em que atua não é esquerda.Ou seja: esquerda quer mudar com profundidade, não apenas contemporizar para se manter no poder.Anabolismo e catabolismo na biologia talvez se aplique enquanto conceito a alguns níveis históricos.Sem catabolismo não há anabolismo.Sem transformação, tudo envelhece rápido e morre, agoniza lenta e dolorosamente. Daí que esse conceito de esquerda ou direita, se não é definido como conjunto de propostas estratégicas de sociedade ou humanidade, não esclarece nada.Mais preciso seria utilizarmos os termos progressista(o que deseja processo de enervamento, entropia, modificação de ascensão) e conservador(o que deseja pouca ou nenhuma mudança).Não esquecer que foram, no caso, sem conotação socialista(inclusive por não haver estruturas políticas socialistas naquele tempo), o que poderíamos chamar de "esquerdas" as correntes que definiram processos como a revolução inglesa, francesa e até a americana, já que havia colonos que não queriam ir para o confronto contra o império britânico.Pergunto: independente de conquistas sociais definidas pelo pacto lulista-petistas com oligarquias, empresários e setores burgueses, durante esses anos, que mudança de estrutura profunda nas relações econômicas ou ideológicas(a forma de se relacionar, a cabeça das pessoas) foram desenvolvidas?"Vamos transformar esse país num grande país de classe média", isso seria uma forma de "esquerda" de enxergar o mundo?Houve algumas quebras de paradigmas, alguns avanços, uma redistribuição(pequena, lenta) lógico, dada a origem social que forjou a própria formação do PT.Mas tudo isso pode se perder facilmente. O medo de perder o poder pode fazer o poderoso agir de forma agressiva contra a ameaça, ainda que pequena, de perder seu poder. Até numa família isso ocorre.Bem, talvez tudo ocorra por causa da família, a original, a ancestral de todas.A lógica do capital é manter o fluxo e o nível de reservas de riqueza acumulada, a margem de lucro..Nem que para isso tenha-se que apoiar um Hitler ou Mussolini, dependendo do momento.Ou um anódino desbotado como nosso ridículo vermiforme presidente de momento.Mais ou menos como o superego freudiano age sobre o ego para coibir os impulsos reprimidos que tentam sair para o mundo exterior, ação e reação, princípio da mecânica, também funciona na história..Inclusive algumas coisas mínimas podem se perder, como,por exemplo, uma participação maior de mulheres nos escalões políticos. Alguém deu uma olhada no ministério indicado?Ou será que isso será reservado apenas para as sem caráter e oportunistas como Marta Suplicy?Não desejo ser pessimista, apenas realista.E a realidade sempre fragiliza mais e impõe mais dor que os castelos de sonhos dos otimistas.Valendo inclusive para os cultores dos palmípedes da Fiesp, verde amarelos, sonhando com ordem e progresso organizadas pelos novos bandidos de plantão.
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