domingo, 29 de maio de 2016
Assunto:estupro.Aviso às mulheres
Que as mulheres fiquem sabendo: ao longo de minha porca e miserável vida, levando esta existência trombando com tantas miseráveis e porcas personalidades humanas, cansei de ouvir comentários com risinhos ou piadinhas de outros homens, sem contar a costumeira condescendência, sobre a questão do estupro.E vejam que sempre convivi, socialmente falando, em meio culturalmente mais diferenciado do imenso magma de incultura e barbarismo que veste o grosso da sociedade brasileira, tão marcada por imaginário de violência.De forma que parto do princípio de que a questão do estupro se relaciona com o posicionamento de se ser contra ou a favor da civilização.Quem com ele, estupro, é complacente, de forma sutil ou descarada, no fundo tem certo desprezo pela civilização.Sabemos que piadas muitas vezes revelam vontades ocultas não satisfeitas.E o ser humano tem um ressentimento anti-civilizatório natural, embutido e irracional, pelas privações de satisfações instintivas que essa civilização a ele impõe.Só que sem elas, não haveria civilização ou sobrevivência para a espécie.Freud dizia que no primeiro dia em que um homem olhou para seu inimigo, num momento de confronto, e gritou, à distância, xingando ou lançando protestos contra ele, nasceu a civilização.Concordo.Acrescentaria , por exemplo que na hora em que um homem, arrebatado por profundo desejo por uma mulher, lhe dá uma flor, faz elogio gentil ou depois lhe escreve um simples poeminha boboca, a civilização triunfa, em seu aspecto mais bem acabado..Os limites entre civilização e barbárie são tão tênues como os limites entre a vida e a morte..Enquanto as pessoas não enxergam os abismos de violência irracionais dentro delas, corremos o risco de mergulharmos na barbárie.Governos e poderes anuentes com a cultura de violência, apenas incentivam mais violência.Para evitar isso existem leis, organização social , governos e autoridades que têm que ter posicionamento firme e claro contra as formas de crime hediondas.E estupro é crime hediondo!
quinta-feira, 26 de maio de 2016
As esquerdas sempre atrás de seus próprios erros
Ai, ai,ai!Como sempre, as esquerdas indo através dos seus próprios erros.Inclusive por ter pouca definição sobre o que é, nelas, esquerda, algo mais ostensivamente progressista, entrópico, esquecendo o quanto de direita, conservador, entálpico,oculta-se com frequência em suas ações.Ou poderíamos chamar o falecido governo de esquerda?Voltar do jeito que estava é que não daria, Como Dilma voltar?E , se voltasse, iria governar?Ah, as massas, as massas...Sim, desorganizadas e desmobilizada, agora com uma parcela se agitando e movendo pela inépcia que jogou o país nessa situação.E uma agenda de esquerda moderna ficou para lá de devedora, no que tange às linhas gerais de ação e postura do período Lula-Dilma.Visão de história é sempre visão de estratégia.E qual era a estratégia petista nesse surpreendentemente longo período?Em termos de reforma política e tributária, nada foi arranhado sequer. Até parece que caímos do conto de "deus é brasileiro" e com o tempo e as medidas tudo se arranja.E onde ficou o trabalho de participação política do povão, com possibilidade de, a partir disso, criar-se uma nova forma de pensamento sobre o tratar político e cívico das coisas, nas relações sociais e políticas como um todo?E o fisiologismo, foi atacado?Ah, nossas heranças lusitanas....Demos uma lustrada na senzala mas o prédio continuou em pé.Tinha até ar condicionado que agora será desligado.Para que voltemos a sentir o miasma de sempre, de senzala e continuidade do que nunca se foi.Foi ingenuidade ou burrice?Ou ambas as coisas?O caldo entornou e já podemos imaginar quem é que vai ter que limpar o chão.
Melhor mesmo usar o termo esquerdas a esquerda, no plural.Aquelas em
boa parte entraram na jogada de apoiar, de forma quase
incondicional-exceto, como sempre, os esquerdistas mais marxistas,
ainda influenciados pelo leninismo ou trotskismo, mas com uma dinâmica
de comunicação absurdamente incompetente - um governo de uma partido
que, originariamente mais à esquerda, assumiu o poder com uma atitude
centrista, abandonando, ao longo do percurso, uma agenda política mais
comprometida com ideologia e postura de esquerda mais moderna.Deu no que deu.Por
sinal, outros exemplos parecidos não nos faltam na história. Não apenas aqui, em terras dos extintos e corajosos tupinambás.Sempre
digo que, sem consistência ideológica que oriente um programa de ação,
cai-se sempre no pragmatismo vazio, mais hora, menos hora.O oportunismo é pai do sedentarismo mental, inimigo do sonho.
Mas não adianta torcer.O governo entronizado não é fisiológico e
sim patológico.Está situado num plano imaginário anal-retentivo de
gângster, de bucaneiro , do" posso fazer o que quiser e posso ter o
que quiser".Bem, aí vem a velha oralidade dos políticos, ah,ah,ah.
Vide conversas gravadas e o naipe do ministério.O que levou o país a
esse buraco é a busca de solução paternalista-salvadora de grande
lider que tudo sabe, quando tudo faz.Aí uma bocó, honesta ao que
parece, mas sem condições de aguentar o baque, nos empurra por aí,
ladeira abaixo no precipício podre , no seio do fisiologismo estúpido
da mentalidade Casa-Grande e Senzala que domina ainda o imaginário
oculto brasileiro.O Id tupiniquim é barra, rançoso, fedorento,
autoritário.E nosso superego uma bosta, serve só para controlar o que
é mais ousado.O papel do PT seria, no passado, civilizador.Acabou
sendo contemporizador.Para nos levar a esse ridículo governo golpista,
nas mãos de um mordomo empalhado na presidência, com um ministério
cheio de boçais e criminosos investigados.Bem, Lula nunca seria um
Henrique IV, não é mesmo?Afinal, não havia sindicalismo de resultado
na França açoitada pela guerra entre protestantes e católicos..Nem
seria um João sem Terra, ao menos.Agora, um carisma não sem terra,
mas um líder sem partido, porque quando você sai muito do rumo pode
não chegar a lugar algum..E não vejo Édito de Nantes algum pela
frente.Se der certo, dará melhor para os poderosos de sempre com quem
Lula e o PT não quiseram se confrontar de acordo como as condições
exigiam, preferindo levar na "maciota", pensando que estavam dobrando
o bicho que nunca deixou de ter os dentes afiados, mesmo tendo
reduzido sua ração de carne..E que agora deseja que todo mundo, menos
ele, passe a comer angu.Abrindo espaço para as forças obscurantistas
de sempre, que nunca morrem.Eros e Tanatos nunca desaparecem.Por que
sumiriam de nossa história?
Melhor mesmo usar o termo esquerdas a esquerda, no plural.Aquelas em
boa parte entraram na jogada de apoiar, de forma quase
incondicional-exceto, como sempre, os esquerdistas mais marxistas,
ainda influenciados pelo leninismo ou trotskismo, mas com uma dinâmica
de comunicação absurdamente incompetente - um governo de uma partido
que, originariamente mais à esquerda, assumiu o poder com uma atitude
centrista, abandonando, ao longo do percurso, uma agenda política mais
comprometida com ideologia e postura de esquerda mais moderna.Deu no que deu.Por
sinal, outros exemplos parecidos não nos faltam na história. Não apenas aqui, em terras dos extintos e corajosos tupinambás.Sempre
digo que, sem consistência ideológica que oriente um programa de ação,
cai-se sempre no pragmatismo vazio, mais hora, menos hora.O oportunismo é pai do sedentarismo mental, inimigo do sonho.
Mas não adianta torcer.O governo entronizado não é fisiológico e
sim patológico.Está situado num plano imaginário anal-retentivo de
gângster, de bucaneiro , do" posso fazer o que quiser e posso ter o
que quiser".Bem, aí vem a velha oralidade dos políticos, ah,ah,ah.
Vide conversas gravadas e o naipe do ministério.O que levou o país a
esse buraco é a busca de solução paternalista-salvadora de grande
lider que tudo sabe, quando tudo faz.Aí uma bocó, honesta ao que
parece, mas sem condições de aguentar o baque, nos empurra por aí,
ladeira abaixo no precipício podre , no seio do fisiologismo estúpido
da mentalidade Casa-Grande e Senzala que domina ainda o imaginário
oculto brasileiro.O Id tupiniquim é barra, rançoso, fedorento,
autoritário.E nosso superego uma bosta, serve só para controlar o que
é mais ousado.O papel do PT seria, no passado, civilizador.Acabou
sendo contemporizador.Para nos levar a esse ridículo governo golpista,
nas mãos de um mordomo empalhado na presidência, com um ministério
cheio de boçais e criminosos investigados.Bem, Lula nunca seria um
Henrique IV, não é mesmo?Afinal, não havia sindicalismo de resultado
na França açoitada pela guerra entre protestantes e católicos..Nem
seria um João sem Terra, ao menos.Agora, um carisma não sem terra,
mas um líder sem partido, porque quando você sai muito do rumo pode
não chegar a lugar algum..E não vejo Édito de Nantes algum pela
frente.Se der certo, dará melhor para os poderosos de sempre com quem
Lula e o PT não quiseram se confrontar de acordo como as condições
exigiam, preferindo levar na "maciota", pensando que estavam dobrando
o bicho que nunca deixou de ter os dentes afiados, mesmo tendo
reduzido sua ração de carne..E que agora deseja que todo mundo, menos
ele, passe a comer angu.Abrindo espaço para as forças obscurantistas
de sempre, que nunca morrem.Eros e Tanatos nunca desaparecem.Por que
sumiriam de nossa história?
terça-feira, 24 de maio de 2016
Um golpe sem máscaras
Sim, agora o tempo vai passando.A máscara nem precisa cair.O rosto estava disfarçado por maquiagem de pouca qualidade.Corolário da forma mumificada do presidente golpista e usurpador.Assim é a política na república da Casa Grande e Senzala.Ah, mas a corrupção já acabou, não é mesmo?Como ver as coisas, daqui para a frente, é exercício de profunda imaginação.Esse golpe nem precisou de muita maquiagem.O picadeiro do congresso prestou-se bem ao papel desempenhado pelos palhaços de paletó e gravata.Enquanto isso, a turba ignara parada olhando a televisão e seguindo seu dia a dia de mediocridade.Só os mais conscientes se rebelam.Mas parece que o mundo é mais regido por inconsciência do que por consciência.Enquanto isso , a gente vai levando, vai levando...Até todo mundo se ferrar?Até que limites podemos enganar todo mundo?Ou pelo menos uma parte significativa de todo mundo?Haja lavagem cerebral!Com indigência de inteligência, tudo é mais fácil.Foi um golpe tosco, uma variação brega-chique de golpe.Fosse armado, teria mais elegância e estilo.Precisou-se apelar para um teatro burlesco de quinta categoria.Ah, "nem todo crime é vulgar, toda vulgaridade é crime" diria Wilde, usando seu pensamento para descrever o que ocorreu aqui.Formalmente, além do nacionalismo esfarrapado de ampla idiotia. o "créme de la créme" foi o absurdamente grotesco pato inflado na frente da Fiesp.Simbolicamente, creio expressar o que o grosso dos poderosos pensam sobre a senzala.
Está na cara que o golpe golpeou de vez a chamada democracia representativa popular. Nunca tive certeza sobre sua continuidade no país.Há o problema de que os golpistas formam uma alcatéia ,onde uns miram o sangue e a jugular dos outros.Sei lá se o Jucá não foi queimado por interesses bicudos....Com isso as fraturas foram expostas. Os conscientes ou mobilizados ficam prostrados na indignação, os ingênuos ou reacionários(e há muita mentalidade reacionária na classe média e mesmo no povão) da turma do pato ficam prostrados.Vão cair naquela de rezar para que tudo dê certo e voltemos a sonhar(apenas sonhar) em ser uma democracia moderna, inclusive economicamente.Os golpistas continuarão sendo blindados pela mídia estupidificante que adora atolar esse país no obscurantismo.Apostam tudo numa solução mágica do Meirelles.E aquele palhaço empedernido e desbotado na cadeira real, até que seja removido em caso de inconveniência.Quem vai para o planejamento?.Planejamento=interesses externos=pré-sal.E as esquerdas(gosto de usar o plural porque há muitos tipos de esquerda, inclusive falsa esquerda como o PT atual) foram desmobilizadas, desorientadas ou desconectadas de movimentos de massa por meio da hegemonia da forma lulo-petista de conduzir as coisas por meio do poder alcançado.Seria melhor dizer: pelo controle ocasional da senzala.O único jeito vai ser não nos submetermos, como ocorria na época da ditadura.Ou isso não é uma forma, ainda que sutil, de ditadura?Com aval de um supremo, supostamente independente,E a casa grande com aparente nova-velha direção.O acomodamento deu nisso; esqueceu-se a ideia de sonhar alto e ficamos na contemporização. Esquecendo a baba do lobo ao nosso redor.O "sejamos realistas, peçamos o impossível" virou "sejamos realistas, peçamos apenas o real".A realidade não passa do real.Agisse assim sempre, o homem nem ao menos descobriria o princípio da alavanca.Afinal, como imaginar esmagar a cabeça de um inimigo sem que se imagine algo além das próprias mão?
Está na cara que o golpe golpeou de vez a chamada democracia representativa popular. Nunca tive certeza sobre sua continuidade no país.Há o problema de que os golpistas formam uma alcatéia ,onde uns miram o sangue e a jugular dos outros.Sei lá se o Jucá não foi queimado por interesses bicudos....Com isso as fraturas foram expostas. Os conscientes ou mobilizados ficam prostrados na indignação, os ingênuos ou reacionários(e há muita mentalidade reacionária na classe média e mesmo no povão) da turma do pato ficam prostrados.Vão cair naquela de rezar para que tudo dê certo e voltemos a sonhar(apenas sonhar) em ser uma democracia moderna, inclusive economicamente.Os golpistas continuarão sendo blindados pela mídia estupidificante que adora atolar esse país no obscurantismo.Apostam tudo numa solução mágica do Meirelles.E aquele palhaço empedernido e desbotado na cadeira real, até que seja removido em caso de inconveniência.Quem vai para o planejamento?.Planejamento=interesses externos=pré-sal.E as esquerdas(gosto de usar o plural porque há muitos tipos de esquerda, inclusive falsa esquerda como o PT atual) foram desmobilizadas, desorientadas ou desconectadas de movimentos de massa por meio da hegemonia da forma lulo-petista de conduzir as coisas por meio do poder alcançado.Seria melhor dizer: pelo controle ocasional da senzala.O único jeito vai ser não nos submetermos, como ocorria na época da ditadura.Ou isso não é uma forma, ainda que sutil, de ditadura?Com aval de um supremo, supostamente independente,E a casa grande com aparente nova-velha direção.O acomodamento deu nisso; esqueceu-se a ideia de sonhar alto e ficamos na contemporização. Esquecendo a baba do lobo ao nosso redor.O "sejamos realistas, peçamos o impossível" virou "sejamos realistas, peçamos apenas o real".A realidade não passa do real.Agisse assim sempre, o homem nem ao menos descobriria o princípio da alavanca.Afinal, como imaginar esmagar a cabeça de um inimigo sem que se imagine algo além das próprias mão?
sábado, 14 de maio de 2016
Reflexão de um bastardo de classe média
O autoritarismo, o conservadorismo e o patriarcalismo messiânico, agressivos, patológicos, filogeneticamente históricos de nossa cultura de casa grande e senzala(muito da forma de pensar escravagista está por aqui, na forma de uma herança coletiva psicológica e inconsciente), embutidos dentro do nosso corpo social, enganosamente mortos, tudo isso vem à tona, na forma de poder político, por meio formal(e tudo sempre é uma relação entre forma e conteúdo) através governo, empossado por golpe legislativo.Definição de golpe para mim é evidente: ação brusca com determinado objetivo, usando meios específicos para tal..É só ver a composição desse governo interino e o posicionamento de muitos ministros dele.É o que poderíamos chamar, usando o jargão psicanalítico, de retorno do primitivo, do impulso colocado no limbo que volta à tona.Para tomar conta do ego, com relação ao mundo, para tomar conta do país, para uma reordenação de poder, com relação ao mundo.Para mim , isso é de uma limpidez cristalina.Ah, mas já vejo gente, muita gente de classe média, meus congêneres de estamento social,dizendo que há de se ter esperança, mesmo com um governo desse, de fazer o país crescer.É o velho modus operandi mental médio de classe média, a ideologia dominante social que visa apenas o consumo, a mesquinharia, o materialismo vulgar que norteia o vazio espiritual de tanta gente.Jurus baixos, crédito e responsabilidade fiscal.Fala-se disso como outrora se falava, na tradição mística, do mistério das estruturas triangulares.regendo o universo.A seção áurea da economia?Comprar, viajar, consumir bobagens e o resto do mundo que se exploda, seja ele de pessoas, bichos(bem, há muita gente que se dá melhor com bicho do que com seu semelhante), árvores, rios, oceanos, etc..Gente assim até que mereceria viver nessa sua podridão de vidinha medíocre que estabeleceu como patamar de sonho.Sim , com economia estável, crescimento e os mesmos mecanismos sociais de distribuição de riqueza e indigência espiritual, alimentados pela cultura medíocre, pela alienação por meio de religiosidade vulgar e normativa de suas neuroses.Até que a morte os leve desse mundo.Morte que não passa de continuidade de sua vida de cadáveres viventes, adejando pelas compras, viagens, drogas,sexo meia boca e fingimentos fraternais e amorosos, convivendo com a violência mais facilmente do que se convive com oxigênio.Sim, essa forma idiota e sem sentido, média, estribada pela grande mídia emburrecedora desse país ainda semi-civilizado, desonesta, golpista, serviçal dos poderosos que não vêm nada além do lucro e dos indicadores econômicos, para que todo o sistema leve a todos à mesma circularidade de mercadorias e consumo de vida vazia que faz a tônica desse sistema.Obviamente desigual e perverso.Sim, isso é médio.Isso é classe média, pensamento médio, ideologia média. da forma média que assume sua medianidade imbecil e presunçosa que vê a humanidade e o futuro da terra de forma estreita.E pensa ganhar muito com isso.E, sejamos claros, no Brasil o grosso da classe média é isso, conservadora, semi-analfabeta política(quando não totalmente analfabeta como a esmagadora maioria dos pobres emburrecidos pelo sistema), conivente com o absurdo e com a corrupção que, de forma cínica e mentirosa, diz combater.
Por isso, oh, classe média, a mesma das marchas cívicas, hoje patrioticamente cultivando patos cheios de ar como suas cabeças, eu a saúdo, na iniquidade de sua covardia e ausência, e lhe desejo o silêncio eterno do vazio com que faz sua vida, até que o calor suave do inferno a reconduza ao útero de onde seria preferível não ter saído.Fraternalmente, a odeio com o fundo de meu ser.Inclusive por ser um bastardo de classe média, medianamente conduzido a não passar de um médio....acomodado em meus castelos de mármores imaginários.Não necessariamente comprados num shopping
Mas, a todos meus irmãos de bastardice, é a esses que lego esse meu coração médio, minha solidariedade e minha alma, até que a velha senhora me livre das mazelas dessa madrasta vida.Média.Mas sem ordem, sem progresso.Amém.
Por isso, oh, classe média, a mesma das marchas cívicas, hoje patrioticamente cultivando patos cheios de ar como suas cabeças, eu a saúdo, na iniquidade de sua covardia e ausência, e lhe desejo o silêncio eterno do vazio com que faz sua vida, até que o calor suave do inferno a reconduza ao útero de onde seria preferível não ter saído.Fraternalmente, a odeio com o fundo de meu ser.Inclusive por ser um bastardo de classe média, medianamente conduzido a não passar de um médio....acomodado em meus castelos de mármores imaginários.Não necessariamente comprados num shopping
Mas, a todos meus irmãos de bastardice, é a esses que lego esse meu coração médio, minha solidariedade e minha alma, até que a velha senhora me livre das mazelas dessa madrasta vida.Média.Mas sem ordem, sem progresso.Amém.
quinta-feira, 12 de maio de 2016
A esquerda saiu do poder?Onde?
Ah, gente, esses anos todos não foram de esquerda no poder.Nem mesmo esquerda social-democrata, aquela já enterrada em governos europeus da Grâ-Bretanha ou Espanha.Foi sempre um governo mais de centro com algumas pinceladas-através de ações, programas sociais, créditos, ações afirmativas, etc- derivadas de reivindicações tradicionais das correntes mais à esquerda, compromissos herdados da gênese do próprio PT. Olha aí o Meirelles de novo!Para mim, esquerda que não propõe alguma forma de mudança estrutural ou de conformação ideológica social- dentro de um sistema capitalista atual como o nosso ou qualquer outro- dentro do período histórico em que atua não é esquerda.Ou seja: esquerda quer mudar com profundidade, não apenas contemporizar para se manter no poder.Anabolismo e catabolismo na biologia talvez se aplique enquanto conceito a alguns níveis históricos.Sem catabolismo não há anabolismo.Sem transformação, tudo envelhece rápido e morre, agoniza lenta e dolorosamente. Daí que esse conceito de esquerda ou direita, se não é definido como conjunto de propostas estratégicas de sociedade ou humanidade, não esclarece nada.Mais preciso seria utilizarmos os termos progressista(o que deseja processo de enervamento, entropia, modificação de ascensão) e conservador(o que deseja pouca ou nenhuma mudança).Não esquecer que foram, no caso, sem conotação socialista(inclusive por não haver estruturas políticas socialistas naquele tempo), o que poderíamos chamar de "esquerdas" as correntes que definiram processos como a revolução inglesa, francesa e até a americana, já que havia colonos que não queriam ir para o confronto contra o império britânico.Pergunto: independente de conquistas sociais definidas pelo pacto lulista-petistas com oligarquias, empresários e setores burgueses, durante esses anos, que mudança de estrutura profunda nas relações econômicas ou ideológicas(a forma de se relacionar, a cabeça das pessoas) foram desenvolvidas?"Vamos transformar esse país num grande país de classe média", isso seria uma forma de "esquerda" de enxergar o mundo?Houve algumas quebras de paradigmas, alguns avanços, uma redistribuição(pequena, lenta) lógico, dada a origem social que forjou a própria formação do PT.Mas tudo isso pode se perder facilmente. O medo de perder o poder pode fazer o poderoso agir de forma agressiva contra a ameaça, ainda que pequena, de perder seu poder. Até numa família isso ocorre.Bem, talvez tudo ocorra por causa da família, a original, a ancestral de todas.A lógica do capital é manter o fluxo e o nível de reservas de riqueza acumulada, a margem de lucro..Nem que para isso tenha-se que apoiar um Hitler ou Mussolini, dependendo do momento.Ou um anódino desbotado como nosso ridículo vermiforme presidente de momento.Mais ou menos como o superego freudiano age sobre o ego para coibir os impulsos reprimidos que tentam sair para o mundo exterior, ação e reação, princípio da mecânica, também funciona na história..Inclusive algumas coisas mínimas podem se perder, como,por exemplo, uma participação maior de mulheres nos escalões políticos. Alguém deu uma olhada no ministério indicado?Ou será que isso será reservado apenas para as sem caráter e oportunistas como Marta Suplicy?Não desejo ser pessimista, apenas realista.E a realidade sempre fragiliza mais e impõe mais dor que os castelos de sonhos dos otimistas.Valendo inclusive para os cultores dos palmípedes da Fiesp, verde amarelos, sonhando com ordem e progresso organizadas pelos novos bandidos de plantão.
quarta-feira, 11 de maio de 2016
reflexão melancólica sobre momento melancólico
Então é
assim mesmo.Tão enfurnado na “poltrona de minha melancolia” tenho que ver isso
tudo que está aí.O tempo passou e caiu como uma pedra na cabeça e tenho que ver
tanta coisa degradada dentro e fora de mim.Será que a história tem uma
filogenética própria nos moldes da biologia?
Assoberbado em minha sempre viciosa
subjetividade pequeno burguesa, a mesma que me causava outrora certo remorso na
inação política(“seu anarquismo, sua irresponsabilidade!”), vejo um momento em
que os ares parecem assumir tons bem mais sombrios. Essa nossa terra cheia de
sol é cheia de sombras lançadas por nuvens de cretinice. Nada a me causar
surpresa, exceto pela rapidez estranha dos acontecimentos. No Brasil só
sacanagem é que anda rápido. Para esses corvos, abutres e hienas políticas,
resta-lhes a ejaculação precoce de sempre. De certa maneira, julgo-me
presunçosamente sábio por me espantar com tudo, ao mesmo tempo que nada mais me
surpreende. Ainda mais em política institucional que atua em meio ao
analfabetismo político da população.Pior que as ilusões são os erros cometidos.
Nós os cometemos frequentemente, os grupos aos quais pertencemos também, com a
vantagem da culpa ser dividida.Com isso o remorso é menor?Agora estamos nisso
aí, eu, aqui na solidão de meu quarto, tentando me aliviar com brumas
imaginárias pela fumaça de meu cachimbo. Se ligar o rádio temo por uma súbita
náusea que me mostraria o que almocei.Querendo ou não, o mundo lá fora vai me
pegar, independente de minha vontade. Eu, assim como essa frágil porcariazinha
que chamam de mundo pouco representamos para o universo.Sorte de quem acredita
em deus. Eu, sou um homem de azar.E azares.
Os poderosos sempre estão ativos em suas
cavernas e escritórios, discutindo as formas como o poder, a grana e outras
coisas serão divididas. E que o resto, a raia miúda, a turba ignara que produz
o grosso da riqueza do mundo venha
atrás. O Brasil parece ainda ser uma hipótese em andamento, um experimento
criado em bases laboratoriais deficientes e com metodologia errada.Quando os fins
justificam os meios, esses últimos podem
gerar fins não imaginados. Dificilmente o resultado é bom.E toda “democracia”
tem algo de farsesco.Cabe agora fazer o balanço, em meio a sabe lá o que virá.Ser
otimista agora seria ser algo além de mal informado, seria convicção na própria
burrice.Quando se fica acomodado as forças externas passam por cima da gente.
Somos sempre vítimas de nossa ação ou inação.Talvez esse tenha sido o erro de
tanta gente, gente como eu e que continua sendo gente que espera alguma coisa.
O que nos resta: esperar.Quem não espera por algo morre logo, já que passamos
toda a vida esperando por apenas uma certeza, a morte.
Em todo caso, o país não vai morrer, as
coisas vão prosseguir, muita gente vai entrar numa fria e a grande senzala
natural continuará sendo mantida em seus estábulos de inércia, no diminuição da
ração de angu.É o que sonham os poderosos, os de ontem, hoje e sempre.Nossa
história e seu tecido são plenos de tragédias, grandes e pequenas.
Vou ficar aqui, vou sair daqui.Amanhã,
como tudo nessa vida, terá que haver muita vontade e imaginação para se continuar.Andamos para a frente, andamos
para trás.O problema é definir se o movimento que prevalece é progressivo ou
regressivo.Não haverá guerra explícita, mas batalhas não faltarão.Como meus
ancestrais, serei eu apenas mais um de uma geração vencida, como me diziam avós
e outros mais velhos?Não sei.Mas sei dos erros que cometi e ainda
cometerei.Talvez a esperança seja apenas mais um deles.Mas preferível é errar tentando,
como em tudo, como na arte, como na vida.Possível é que tudo, absolutamente
tudo ocorra.Inclusive nada.Mas a vida é assim mesmo.Se até mesmo revoluções
muitas vezes resultam em poucas coisas ou mudanças....
Mas estando ou não enfurnado nessa tal “poltrona
melancólica”, nada anula o nojo ou desprezo que brota fundo, como um secreção
de ferida na alma.Esperar que o pior não venha.Mas pode vir, por que não?
Ainda bem que há jovens no mundo.Os futuros
erros podem ser menores que os atuais.Todos cúmplices e vítimas nesse circo, pelo menos não aceitei usar o
nariz de palhaço.
terça-feira, 10 de maio de 2016
segunda-feira, 2 de maio de 2016
domingo, 1 de maio de 2016
Sobre as concessões
E há os momentos em que desejamos mandar tudo para o inferno.Ou seja, remetermos tudo para nossa própria vida.A vida pode não ser triste, pode ter apenas momentos de tristeza.E muito dessa nossa tristeza se dá por coisas que não fazemos, por palavras ou ideias que deixamos de emitir.Se sofrer é querer e todo querer não satisfeito é fonte de sofrimento, então temos de montar estratégias de sobrevivência nesse mundo, para conviver melhor ou pelo menos para suportar melhor tudo, as coisas, os eventos, as pessoas.Nossos limites são definidos sempre de fora, aquele fora que se contrapõe às coisas de dentro que não sabemos explicar.E por que explicá-las.No final, os caminhos sempre tortuosos fazem com que evitemos os buracos ou abismos, estes que sempre nos puxam para seu interior inexoravelmente.Se não conseguimos levar tudo a ferro e fogo, como diziam meus avós, pelo menos temos de arranjar uma forma de conciliar nossas vontades e desejos com os limites do exterior, numa equação de felicidade e desejo que nunca se resolve completamente.Daí surgem as concessões.Mas até que ponto estabelecemos limites para elas ou são elas a nos limitarem?
Já tive uma boas oportunidades de ficar numa boa, desde que fizesse umas "concessões" aqui e ali, de acordo com o momento.Isso se deu em vários espaços dessa porcaria da minha vida, em vários âmbitos, profissional, político, etc..Ou talvez eu é que tivesse culpa por transformá-la numa porcaria por certas intransigências.pessoais.Sim, fazemos concessões na vida, senão não poderíamos levá-la adiante.Começa pela própria higiene pessoal(mais fácil sempre que a mental) passando pelo próprio super-ego, para se usar o conceito psicanalítico, que impõe as censuras sem as quais não conseguiríamos conviver em grupo.Sim, fazemos concessões; mas tudo deve ter um limite.Assim como toda concessão tem um preço.Isso vale para tudo, de fato, seja para o individual ou para o coletivo, para o profissional ou para o político.Por desdobramento de acúmulo, elas, concessões, vão aumentando, enquanto alguma coisa dentro da gente vai diminuindo.De repente, não mais que de repente, estamos com mais concessões dentro do que de intenções.Pelo menos as mais sinceras.E, num piscar de olhos, a vida se vai.E viramos "concessionários" de nossas covardias, nossa alma hipotecada por algo ou alguém além de nossa imaginação..E o resto vira idealismo, teoria.Tudo tem um resultado final.O que perdemos de pureza acaba mesmo virando torpeza.Claro, à base das concessões.Com temperança, confesso que minha maior concessão é viver com a humanidade.Pelo menos enquanto essa tolerar essa minha semi-intolerância.E sem concessão alguma dessa mesma humanidade para comigo, porque ela, em si, não existe, é um conceito.Existem as pessoas, o mundo, o acaso, a vida e a morte, essa não vida que nos estranha a nós mesmos.Solução difícil, Útil, por vezes, para dosar um pouco o apodrecimento nosso que, além do corpo, pouco a pouco vai tomando a alma.Na base das concessões.
Já tive uma boas oportunidades de ficar numa boa, desde que fizesse umas "concessões" aqui e ali, de acordo com o momento.Isso se deu em vários espaços dessa porcaria da minha vida, em vários âmbitos, profissional, político, etc..Ou talvez eu é que tivesse culpa por transformá-la numa porcaria por certas intransigências.pessoais.Sim, fazemos concessões na vida, senão não poderíamos levá-la adiante.Começa pela própria higiene pessoal(mais fácil sempre que a mental) passando pelo próprio super-ego, para se usar o conceito psicanalítico, que impõe as censuras sem as quais não conseguiríamos conviver em grupo.Sim, fazemos concessões; mas tudo deve ter um limite.Assim como toda concessão tem um preço.Isso vale para tudo, de fato, seja para o individual ou para o coletivo, para o profissional ou para o político.Por desdobramento de acúmulo, elas, concessões, vão aumentando, enquanto alguma coisa dentro da gente vai diminuindo.De repente, não mais que de repente, estamos com mais concessões dentro do que de intenções.Pelo menos as mais sinceras.E, num piscar de olhos, a vida se vai.E viramos "concessionários" de nossas covardias, nossa alma hipotecada por algo ou alguém além de nossa imaginação..E o resto vira idealismo, teoria.Tudo tem um resultado final.O que perdemos de pureza acaba mesmo virando torpeza.Claro, à base das concessões.Com temperança, confesso que minha maior concessão é viver com a humanidade.Pelo menos enquanto essa tolerar essa minha semi-intolerância.E sem concessão alguma dessa mesma humanidade para comigo, porque ela, em si, não existe, é um conceito.Existem as pessoas, o mundo, o acaso, a vida e a morte, essa não vida que nos estranha a nós mesmos.Solução difícil, Útil, por vezes, para dosar um pouco o apodrecimento nosso que, além do corpo, pouco a pouco vai tomando a alma.Na base das concessões.
Assinar:
Postagens (Atom)