domingo, 3 de agosto de 2014

Suicídio Quântico

Quando fico aflito com o caos do mundo, observando que Shakespeare não pegou as coisas do nada e sim da realidade do que é a natureza humana, volto para umas meditações em torno das coisas que estudei, meio superficialmente, quando estudante de Física, com relação a assuntos de Física Quântica.Aí, realmente, a viagem imaginativa não tem fronteiras.Alguém já ouviu falar, por exemplo, na Teoria do Suicídio Quântico?Criada pelo professor sueco do MIT, Max Tegmark, baseada em um modelo matemático criado por ele, trabalha a ideia da possibilidade de universos múltiplos.Não, não é fruto de alguma viagem alucinógena, nem da passagem por alguma instituição de doença mental, mas uma teoria engendrada a partir de uma possibilidade matemática com modelo consistente.E por que não? A vida é grande mistério, pouco sabemos em verdade do que vem a ser a natureza íntima da matéria, somos limitados pela velocidade da luz, pelas incertezas de determinação ou pelo aumento constante de desordem no universo(entropia).Mal sabemos sobre o que é a consciência humana( e, por consequência, o que é a inconsciência), daí que formas múltiplas de explicação do universo são válidas.E não ficam restritas a divagações ou conceitos metafísicos, podendo ser amparadas por modelos lógicos que, aparentemente, parecem maluquices mas....Não esqueçamos que já foi tomado por loucura(e heresia) a interpretação da terra girando em torno do sol.O que há de comum entre estas teorias e a poesia é uma coisa só: o espanto.

Eis a teoria:

Suicídio quântico consiste em uma teoria criada a partir de um experimento mental no qual imagina-se um homem que se senta frontalmente a uma arma e a aponta para sua cabeça. A arma está ligada a uma máquina que mede o spin de fótons. A cada 10 segundos, o spin de um novo fóton é medido; dependendo do seu valor, a arma é disparada ou não.
Como existe a possibilidade de 50% para cada caso, a Interpretação de muitos mundos diz que, a cada turno do experimento, as duas possibilidades serão verdadeiras, com uma divisão do universo nas duas versões possíveis. Logo, se o gatilho for acionado pela primeira vez a arma não dispara; o gatilho é novamente acionado e novamente a arma não dispara. O gatilho continuará a ser acionado com o mesmo resultado: a arma não vai disparar, uma vez que a partícula manterá seu spin idêntico.
Mas, de acordo com a interpretação de muitos mundos, quando o gatilho é acionado pela primeira vez, o universo se divide em dois, e, numa outra versão da realidade, a medida mostra que o spin do fóton tem um dado valor. Conseqüentemente, a arma dispara e o homem morre. Mas como vimos inicialmente, a cada nova realização do experimento, os dois casos serão verdadeiros. Ele não tem consciência disso, mas está vivo e morto, e cada vez que o gatilho é acionado, o universo se divide em dois e vai continuar a se dividir cada vez que o gatilho for acionado, criando múltiplas realidades. Não importa quantas vezes o gatilho for acionado, em uma das realidades possíveis a arma não irá disparar e assim, ele vai continuar o processo eternamente, tornando-se "imortal".

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