FACE DO AMOR
Da estranha flor incriada
lustro vegetal da alma posta ao relento
sobra dessa fonte de carne
o desejo de estrelas fenecentes
ao reino do macho e fêmea
Epígrafes de carne,
breve suspensão de matéria evanescente,
os que se tocam e se estranham
vago vaticínio do eterno desconhecer.Quem se
conhece?
Não roubam luz de estrelas,
apenas
luzem em sua escuridão de mistério
no interminável templo do desejo,
enquanto esperam,
a aurora sempre é um poente a se refazer,
que na ilusão do instante surja um éter
fragrância de eternidade inalcançável.
E no sonho do amor , a sobra do amor ao amor
na carne abjeta e florida, o húmus de sangue
banhando a epiderme ferida, a dor, a distância
a matéria desfeita pelo gozo,
a
secreção universal dos astros à terra escorrendo.
Para no silêncio do silêncio que se foi
a dimensão não achada porém imaginada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário