Pelos, por que tê-los?Pobres mulheres!Tenho ouvido depoimentos horríveis sobre sessões de depilação, alguns dignos de evocar os relatos de tortura, quando atuei no comitê do Tortura Nunca Mais.Claro, exagero.Contudo, não há como negar que elas sofrem um bocado com isso.E o negócio caiu na radicalidade, não deixam sobrar nada.Que aflição.Questão de moda, costumes, coisas que podem e ir e vir. Como tatuagens.Mas estas são mais difíceis de sair, mais complicado do que deixar ou cortas as penugens.Até o início do século passado as mulheres pouco se depilavam.A moda francesa de vestidos mais cavados começou por imputar maldição aos pelos de axilas.Houve uma certa onda naturalista, com a qual convivi, lá pelos anos oitenta, com moças se depilando menos.Agora, parece que a moda galinácea pegou no breu, pelos menos em termos de galinha depenada.Imagino que todas as mulheres devem se sentir umas galinhas....depenadas, após uma drástica depilação.Parece que pelo virou sinônimo de anti-higiênico.Pelo que sei, anti-higiênico é falta de higiene.Depilação entre mulheres de esquimó não deve funcionar, imagino; deve dar alergia.
Como amo pintura, especialmente os nus de Modigiliani, observei como o grande pintor dava uma harmoniosa participação dos pelos de axilas em suas composições, com uma sutileza de mancha que fazia parte do ritmo plástico da figura.Praticamente todas suas figuras têm pelos nas axilas e cabeleiras variadas em torno do maior mistério do mundo, depois do amor e da morte; por sinal, a fonte primária de ambos. Impossível imaginar esses nus sem os pelos.Acredito que o famoso quadro de Courbet, O Nascimento do Mundo, não seria o mesmo depois de uma depilação moderna.Sem dúvida, seria menos intrigante.Seria o Fim do Mundo!
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