Aqui cavei com asas inexistentes
este exílio no céu de meus sonhos e prazeres
longe do mundo em que não reconheço
desconheço
em todos esses loucos afazeres
um sentido a dar ar à minha alma
feneço
no inferno descortinado desses dias
cadáver infenso e suspenso no átrio
em que me erigi ao pé do mundo
vagabundo
nesse jeito de estar que não desfaço
indo pouco, fundo, imundo
na mentira em que me forjo
Pouco faz a mim que o mundo me veja morto
absorto
já em meu destino de sempre torto
para esse mundo creio já estar morto.
(em lembrança de um lied de Mahler) 14 de janeiro 2014
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