terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Derradeiras reflexões de derradeiro ano

Embora reconheça que a maior parte dos homens considere ridículo, acho natural e razoável que tantas mulheres queiram ser tratadas como princesas.O problema é que para ser tratada como princesa é necessário que se aja como tal.E isso parece um tanto anacrônico no mundo da eficiência econômica, do sexo fácil e da vulgarização dos costumes.Sem contar que já há muito foi desvinculada aristocracia de poder econômico, e que, quando se vive em lodaçal, é mais fácil achar-se batráquio que  príncipe.Mas, sabe-se lá: quando se acredita muito numa coisa até parece que ela passa a existir.Não são apenas os sentidos que podem nos iludir.

Queremos o céu, onde o ar é rarefeito e o corpo morre de asfixia.Assim é nossa alma, assim é a vida: queremos alçar vôo como águias, mas o cotidiano nos restringe a saltos de galinha. ps: embora eu não tenha nada contra galinhas de todos os tipos, espécies ou gêneros; em si, todos animais simpáticos.

O espaço da física não é o espaço de nossas percepções.A física de nossas emoções não é a mesma física  que interpreta as emoções.Não existe uma termodinâmica das emoções, no sentido matemático da mesma.Ainda bem!Ou não?Criam-se sistemas lógicos para tudo, mas quando mais nos aproximamos do que imaginamos ser a verdade, mais ela se escapa pelas mãos.Por isso os gregos criaram o mito de sísifo, aqueles lamentos todos em suas tragédias.Somos enganados o tempo inteiro por nossas percepções; não fosse isso e a publicidade iria minguar à deriva.

Certas sabedorias orientais tentam nos livrar das paixões.A  indústria do consumo, por outro lado, sucumbiria se isso fosse levado a sério.O amor dito romântico, passional, parece ser mais característico, enquanto culto, do ocidente.Veja-se, então, o caso do amor-sexo tântrico:  nada mais anti-passional do que isso.Haja tempo disponível para praticá-lo!Mais espiritual que carnal, sobre certo aspecto(os materialistas fundamentalistas que me perdoem...), exige horas, por vezes dias para efetuá-lo.Nem pensar em motel para isso, porque a relação pode levar até a vida toda, quem sabe até às raias da morte.Caramba!Não consigo imaginar um cara levando a vida toda fazendo sexo com uma mulher; embora consiga imaginar um sonhando a vida toda em fazer sexo com uma.Daria até tempo de discutir a relação, durante o intercurso carnal, não podendo o cara escapar disso no caso.De certa maneira, nossos ancestrais o praticavam, à sua maneira e com óbvias restrições, com interrupções convencionadas, pelo menos até o casório oficial.Mas, por vezes, a imaginação pode até ser melhor que a realização.Com ou sem paixão.E isso não deixa de ser também uma forma de sabedoria.
Vivendo e aprendendo: quando pequeno, as árvores de natal costumavam ter bolas estilizadas: formas de bichos, garrafas, renas,  assim por diante.Contudo, sempre fiquei instigado com uma bola, durante a montagem anual da árvore,  que representava um cogumelo.Cogumelo, dizia eu, que coisa estranha!Afinal, eles não dão em galhos de árvore, costumava vê-los nos trocos.E não é que acabei sabendo que os antigos campônios da Lapônia, a terra de Papai Noel, usavam um cogumelo alucinógeno, chamado Amanita Muscaria, em antigos e tradicionais rituais xamânicos de sua cultura ancestral.Daí as lendas das renas voadoras e outras coisas que aqueles camponeses  provavelmente viam naquelas terras boreais, durante aqueles rituais.Curioso: o antigo viajante de roupa vermelha e saco nas costas, de certa maneira, já fazia parte de uma espécie de viagem.E engraçado que qualquer coisa pode ter um significado oculto nessa vida.Que viagem!

     Isaac Newton previu o fim do mundo, de acordo com seus cálculos, lá pelos idos de 2060.O sábio inglês, além de genial físico e matemático, era chegado a interpretações místicas e religiosas das leis que regiam o universo.Tudo seria arquitetado por Deus, de acordo com a expressão lógica e mecânica de sua vontade.Para Newton o universo era uma gigantesca engrenagem ordenada pela vontade divina do soberano universal.Sem contar o fato de que, além de cientista era também pesquisador de alquimia e um bocado louco(essencial para a genialidade), em se levando em conta que esse gigante da ciência  previu e ensinou melhor que os Nostradamus e maias da vida como funciona o universo que nos rodeia, ainda que eu não vá viver o suficiente para ver esse juízo final(expressão do próprio Newton que achava que o verdadeiro cristianismo estava sendo corrompido há tempos), acho bom quem durar até lá por as barbas de molho...

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