Lágrimas desperdiçadas
Então, uma moça que conheço ao acaso na noite, desfia lá suas mágoas amorosas, os desatinos de seu coração em descompasso com o satânico relógio maquinal do mundo.A certa altura, contudo, brilham seus olhos de topázio imaginário, ao confiar-me o segredo de muitos homens que prantearam ao seus pés, repelidos por seus caprichos de mulher, lágrimas escandidas de desamor profundo.Pergunto-lhe: o que fez delas , não as recolheu?Ah, que pena, pois poderia, talvez, com elas dar vida aos mais áridos desertos desse mundo de desilusão e sonho desvalido.Lágrimas de homens valem mais que todo o ouro escondido nos recônditos do ventre terrestre.Senão, simplesmente evaporam, vão além da atmosfera, e se juntam às estrelas solitárias que nos vigiam pela eternidade.Quem sabe, não passem todas as estrelas de lágrimas nossas que migraram para a escuridão e viraram cristais que iluminam nossas noites de solidão.
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