sexta-feira, 15 de junho de 2012
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Um ex-apaixonado(mas ainda fiel defensor) por boxe como eu, sempre sonhou com uma luta entre Ali e o cubano Stevenson.O primeiro, do qual nem se precisa falar, era um pouco mais velho.Vi lutas dos dois, mais do Ali.Stevenson reinava absoluto no amador, principalmente em Olimpíadas; era despropositada a diferença entre ele e seus rivais.Ali(ex-Cassius Clay), mesmo veterano, sempre foi o lutador de boxe mais completo que já vi atuar num ringue.Seria uma luta extraordinária: os dois gigantes de ébano, lutadores mais técnicos que pegadores, com um jogo de pernas e mobilidade(Ali mudou um pouco o estilo, quando mais velho, mas continuou mais ágil que a maioria de muitos jovens que enfrentou), uma noção de velocidade e uso do ringue e cordas com maestria rara.Nunca saberemos se Stevenson não aderiu ao profissionalismo(recebeu ofertas milionárias para tal!) por fidelidade à revolução cubana ou para preservar seu status de rei imbatível no amadorismo.Por pouco não houve a luta: Ali não aceitou que as tratativas fossem realizadas à sua revelia e caiu fora.Acho que em seu período mais jovem, caso enfrentasse Stevenson com a mesma idade, Ali seria mais habilitado para a vitória.Ambos eram lutadores de estilo, com muita elegância no manejo dos golpes, sabendo bem o "jogar" boxe, exercer a nobre arte dessa luta, violenta sem dúvida, mas dotada de uma beleza plástica de movimentação que essas "brigas" da pós-modernidade-marcial nem de longe apresentam.Stevenson, um gigante negro esculpido em carne, morreu cedo, dois dias atrás, do coração(desconfia-se de alcoolismo).Ali, a maravilha negra que tive o prazer de ver em exibição no Brasil, depois de reconquistar o título, hoje sofre do mal de parkinson.Eram outras épocas, de fato.Mas o Olimpo dos guerreiros do ringue, daqueles que calçando luvas envolviam multidões(ninguém tem idéia da comoção mundial que foi a luta Ali-Fraser em 71, por exemplo!), esse já tem vaga garantida para aqueles dois que não realizaram a tão desejada luta.No céu, quem sabe...A nobreza da violência a serviço da arte, ou a arte da violência a serviço da nobreza, a violência a serviço da nobreza da arte.Podem até dizer que falar isso é estupidez, e até pode ser mesmo, ainda mais dita por um cara pacifista como eu.Gente muito maior que eu já disse isso.Mas como eu curti aqueles deuses negros e o barulho de suas luvas...
quinta-feira, 7 de junho de 2012
MULHER E SUBSTÂNCIA QUÍMICA
Vou me dar o prazer de ser o que se chama de politicamente
incorreto.Quer dizer: vou me dar o direito de dar risada .
Já que a moda atual é acreditar nos
poderes redentores da ciência, nas tipologias reducionistas ou nas
classificações generalizantes,coisas ótimas para revistas ou jornais, e já que
a mulher é a “droga” mais procurada pelos marmanjos de todas as idades e
credos, acabei por fazer minha classificação própria, de acordo com alguns
conhecimentos rudimentares de bioquímica ,cruzados com meus parcos
conhecimentos sobre os mistérios da natureza feminina(afinal, não sou muito bom
em metafísica).O Nobel eu não levo, mas quanto ao Ignobel, pode ser...
Lá vai:
As neuro-ativantes: podem funcionar com princípio químico excitante:
primeiro nos eleva às alturas, nos coloca no céu e nos faz pensar poderosos;
depois o efeito passa, vem a depressão, a sensação de vazio e que não se teve
ou tem nada.O pior é pensar que não se cria dependência delas...Chamadas por
muitos de mulher cocaína.Normalmente muito cara(principalmente para a
estabilidade psicológica do consumidor), mas hoje mais fácil de se achar.Para
quem quer viagem rápida sem grandes expectativas.Muito cultivada pela cultura
moderna.Frequentemente produz depressão e inchaço de cabeça.O grau de pureza
pode variar muito.
Mas tem as neurodepressoras, também:
aparentemente servindo para nos acalmar, acabam por nos mergulhar em letargia,
numa sonolência que nos induz à televisão ou a outras drogas.Para quem sofre
dos nervos é ótima.Para quem não sofre, também.Na cama, sono
instantâneo.Frequentemente fabricadas pela química do casamento.
Tem a modelo placebo: parece ter substância
mas o efeito é ilusório, auto-induzido.Só funciona com muita imaginação.Idem
para o homem.
Há as lisérgicas :ótimas para literatura ou
arte, na verdade não existem.Puro delírio da imaginação.A chamada
mulher-maravilha!
Há também as homeopáticas: só em pequenas
doses dão certo.Isso para quem acredita em homeopatia e em vida cotidiana.Não tem
contra-indicações.Também não têm lá suas indicações...
As descafeinadas: um sabor falso para um
efeito também falso
As sulfurosas: ou seja; que têm parte com o
demo
As dessalinizadas: obtidas a partir de um
longo processo de doutrinação social e de reações orgânicas trabalhistas e
familiares
As insulínicas: altas doses podem produzir
choque e até morte.Ideal para diabéticos porque comem pouco açúcar.
As etílicas: só funcionam com altas doses
de álcool.Medicamento indicado para uso
noturno.
As tamponadas(não confundir com outro tipo de
tamponamento!): também chamadas de “mornas”, por parecerem sempre iguais,constantes
ou com a vivacidade de um boi no pasto(não vou usar a palavra vaca, é óbvio!),
fazendo inveja aos melhores artesões do Egito antigo.Apresentam vantagens com
relação aos ciclos de TPM.
As narcolépticas:
imprevisíveis, só podem ser administradas em pequenas doses, sob risco grave de
enlouquecimento do consumidor.Indutoras de comportamento agressivo.
As oxi-redutoras: aquelas que
frequentemente nos fazem faltar o ar
As acidulantes: conseguem
azedar qualquer situação.Em altas doses corrói qualquer coisa.
As radicais livres: muito comuns durante a
juventude.Com o tempo reações químicas
as transformam em compostos menos agressivos e até neutros.De
preferência, usar até os trinta anos após a fabricação.
As oxidantes: aquelas que dão um “ar” ,
durante algum tempo.Ótimas para feridas novas ou antigas.Como a água oxigenada,
não podem ser expostas demais
à luz.Com o tempo podem enferrujar qualquer relacionamento de ferro.
As alcalino-terrosas: também chamada de
“moderna mulher engravatada”; pode reagir bem em diversas situações, têm alta
aplicação na industria e nos negócios, boa conservação em condições ambiente,
moderada reatividade natural, excelente difusibilidade no organismo
social,embora em altas doses possa ser venenosa ou induzir à catatonia.
Finalmente,as hipnóticas: perigosas por
induzir a estados distantes da realidade, podendo causar acidentes de variada monta,
além de perda de consciência.Combinadas com outras drogas podem dar efeito
cruzado mortal.Procurar antídoto adequado.
Como todo mundo sabe,
qualquer medicamento ou droga, usado de forma inadequada , pode fazer mal à
saúde.O problema é que o armário de remédios é sempre escuro.
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