Choremos hoje nossos mortos
Eles se despedem silentes
como se viajassem sem prometer mensagens
a nós, aqui
nessa estranha dimensão de não morte
ensaiando o encontro indefinido
sempre pressentido, nunca esperado
da eterna desesperada, nada superado
do reencontro indeferido, deveras saturado
de ver no coração a lembrança deles
desses
nossos mortos, mortos do mundo, daqui
d'além, afora as coisas fúteis e sem sentido
dessa vida vida louca, perdida no sublime e
abjeto
enquanto eu...ai, que me sinto arrependido
nem sei do que, talvez daquele último e falho
projeto.
Nossos mortos que não morrem, apenas dormitam
nesse peito nosso adornado de plumas desejosas
a reviverem a cada dia nosso o espaço deles
onde transitam
nessa nossa miséria e glória de existir, meio
sem saber.
Enquanto vagam,sombras de nosso passado
em que estranho canto se escondem, os sapecas?
Esses nossos mortos que não morrem nunca...
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