sábado, 1 de setembro de 2012

Cézanne era um temperamento difícil, mais difícil ainda de se relacionar, mas tinha uma sensibilidade extraordinária, fora do comum.Um pensamento seu é fundamental:" é preciso que sejamos humildes com a natureza".Por sinal, isso já foi endossado por muitos grandes artistas.Como existe hoje uma dissociação maior entre homem e natureza nos dias atuais, natural que essa forma de pensar seja um tanto ausente em meio ao intelectualismo que infesta a contemporaneidade, haja visto a quantidade de "bulas" explicativas em eventos como uma bienal.O quadro de Cézanne, especificamente a paisagem, na mostra dos impressionistas agora na cidade , demonstra bem sua angústia em tentar apreender pela visão o que seria a essência de uma paisagem.Esforço que ele sabia ser inútil, já que a natureza, em si, é mesmo inapreensível, sendo a arte um vão esforço de se aproximar do  coração da vida, quando muito do calor desse coração.E seus quadros, tanto os da vida como os de Cézanne, sempre me produzem inquietação, me perturbam por me revelarem o quanto tenho limites para enxergar o que vejo ou ver o que enxergo.

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